Kate ficou a saber, através do 24 Horas e do Correio da Manhã, que os cães pisteiros da polícia inglesa tinham detectado um leve odor a sangue nas paredes do apartamento de férias do Ocean Club. Primeiro ficou irritada e depois ficou aborrecida. Virou-se para o marido, que olhava o vago, e disse:
- Ai Gerry, estou tão entediada... Os jornais portugueses são tão deprimentes. Não queres fazer qualquer coisa para me animar? Preciso tanto de uma diversãozinha!
Gerry, a quem as suaves tristezas da esposa provocavam um aperto no peito, levantou-se de repente e respondeu-lhe: - Volto já, querida!
Dez minutos depois, estava Kate espojada no sofá, com um copo de Mateus Rosé na mão, quando percebeu que a iluminação da sala ficava mais fraca, tipo media luz, e começou a ouvir os primeiros acordes de uma música que lhe trazia muito boas recordações. Sentou-se e não resistiu a acompanhar o ritmo com o pé.
Quando viu Gerry surgir na ombreira da porta, fez um sorriso perverso. Do alto de uns salto agulha de verniz com 15cm, Gerry encostou-se à ombreira e depois rebolou sobre si mesmo. Deixou o longo casaco de vison escorregar pelos braços. Kate abriu os olhos e sentiu por todo o seu corpo um forte arrepio de desejo.
Ele revelou-se a ela em todo o esplendor da sua sensualidade. Trazia a lingerie preta de renda que ela lhe tinha comprado numa loja da marina de Vilamoura e o olhar mais submisso que alguma vez lhe dedicara. Além disso, reparou Kate, o playback estava irrepreensível.
- Ah, meu lindo menino, anda cá à dona! - ordenou ela. Ele fez um sorriso colegial, prendeu entre os lábios vermelho Chanel um pequeno chicote e começou a escorregar sensualmente pela ombreira da porta. Depois, colocou-se de gatas e começou a aproximar-se dela. Ela afastou ligeiramente as pernas e deu duas suaves palmadinhas no joelho, incentivando-a a avançar. Quando chegou ao pé dela, levantou a cabeça para que ela lhe tirasse o chicote da boca. Ela recompensou-o com um afago na cabeça e ele abanou o rabo entusiasmado. Depois farejou os pés da sua deusa e começou a lambê-los suave e cuidadosamente, enquanto ela lhe açoitava as nádegas que se revelavam ansiosas sob a renda preta do fio dental.
Mudança de cenário.
Olegário, sentado na sanita, revia o fascículo 58 do curso de inglês da BBC. "Só com isto, não chego a lado nenhum. Onde raio terei posto as cassetes?" - dizia para si mesmo. Meia hora depois, teria de anunciar, em conferência de imprensa, que a polícia portuguesa tinha a vaga impressão de que a criança não estava viva. Essa frase, já a tinha decorado em inglês. O problema era quando lhe começassem a fazer perguntas. Toda a imprensa andava a criticar a polícia portuguesa por não revelar qualquer informação. E, afinal, o problema era apenas que o porta-voz da polícia só tinha conseguido decorar a frase "I can say no more information. It's secret of justice." e não se lembrava de mais nada.
Olegário levantou-se da sanita e, esquecendo-se de se limpar, entrou directamente para a banheira onde um banho de espuma relaxante o esperava. Como era homem dado a depressões e a apaixonar-se por prostitutas de estrada, canta no seu melhor inglês de ouvido:
18.10.07
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1 comentário:
Entretanto os gémeos, figuras, quanto a mim, chave da resolução (mas isso fica para mais tarde, prometo que será revelador e surpreendente), celebram o facto de ficarem com o quarto só para eles...e mais não digo que é desagradável!
http://br.youtube.com/watch?v=vWQFQ-PNj7c
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