30.10.06
O Plágio Está no Meio de Nós
É com certa tristeza que vos venho falar da franca hipocrisia que perpassa nos blogues à volta do assunto O Não Plágio de Miguel Sousa Tavares. É triste admiti-lo, mas na blogosfera o que não faltam são plagiadores e tudo e mais alguma coisa. E, começo a acreditar, cada vez mais, que em cada bloguista há um plagiador, sendo que a maioria deles já o era antes até do nascimento da Internet.
É um desses casos, tristetristetriste, que vos trago hoje; e mais tristetristetriste ainda porque o - melhor, a, plagiadora - integra a comuna deste blogue. A prova está nas minhas mãos e, agora à disposição do mundo. Há muito, muito tempo, essa senhora, tão crítica para os outros (são sempre assim os pobres plagiadores!), decalcou um poema desse celebérrimo desconhecido poeta que é Fernando Pinto do Amaral e publicou-o. O crime está à vista. É de ler e chorar. A cópia, para quem está a par da escrita pungente de FPA, é de uma evidência atroz. Não terá copiado um poema é certo. Mas copiou a estrutura, palavras, a rima, o efeito, o pomo. Pior! Copiou o Espírito. E não pode haver crime mais leviano que copiar o espírito de um poeta. Para minha mágoa, a plagiadora deu-se ainda ao trabalho de assinar FPA, como se fosse dele o próprio empecilho poético, talvez na esperança de poder vendê-lo e pagar mais uma dose.
Tende em atenção que o poema circa 1994. Portanto, há 12 anos, já esta senhora copiava, decalcava, plagiava. Custa-me quase saber que ela está entre nós. Talvez, tendo passado tanto tempo, se arrependa e, num acto de contrição puro, nos passe a mostrar a sua criação original. Porque, agora, desconfio até inclusive dos seus posts e comentários aqui escarrapachados. Não serão também eles plagiados um a um de qualquer sítio? Quando ela diz "gostei!", "lol", "bravo" ou mesmo "olá", serão palavras dela, ou foi fazer o seu pequeno control+C&control+V à Net? A dúvida dilacera, a dúvida fulmina. E, não querendo apontar o dedo à plagiadora só posso acrescentar que assina aqui sob o nome (decerto plagiado) ANY THE ONE.
O Poema-Plágio de ANY THE ONE
O Snack nunca mais foi o mesmo
como se o pastel perdesse o sabor
e o café azedasse a limão
Tinhas uma quinta em Azerbeijão.
A esplanada estava vazia
como uma praia deserta
de Verão, que enche
ao rair do novo dia.
O Simão não estava
Perdi-me no meio do areal
Busquei em cada vaga
o sabor do seu sal.
*Poemas (verdadeiros, presume-se) de FPA. Desconhece-se, porém, se não serão de ANY THE ONE assinando como FPA.
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3 comentários:
Plágio, a existir, será no sentido contrário. Ainda o FPA andava de joelhos já eu escrevia sobre esplanadas.
Ai a poesia, a poesia ...
andava
no sentido contrário
andava
de joelhos
sobre esplanadas
será eu
já plágio?
ó subalimentados do espírito,
a poesia é para comer!
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