30.9.07

Qual Mourinho Qual Carapuça

Discutimos Santana até mais não durante toda a semana, mas algo não me batia certo. Finalmente, descobri o que era: a verdadeira razão porque Santana não se conseguia aguentar no estúdio mais tempo. Na verdade, ele usou a cena do directo do voo Mourinho como desculpa mas estava preparado para usar ou "Não suporto mais a temperatura deste estúdio e vou-me embora" ou "É lamentável que no camarim não me tenham posto um pacote de amendoins salgados e vou-me embora" ou até, caso nada resultasse, "Ó Any ou pões uma burka ou vou-me embora". Isto porque não conseguia articular uma única palavra (alguém sabe o que estava ele a dizer?? e alguém fucking cares??) sempre que olhava para a pobre Ana Lourenço, predestinada a marcar a história televisiva, e não conseguia tirar da cabeça este momento



Do alto do meu prepúc.. desculpem, púlpito, quero dizer que é tempo de deixarem de chatear a Ana Lourenço com cenas destas, raiospartam.

Subitamente num Domingo, o pior de três mundos

Em Domingos vazios, os neurónios lutam preguiçosamente para não sair da preguiça. Folheiam-se jornais e televisões regados a santana lopes, filipe menezes, slbXscpXfcp, heróis da tv, grandes fotografias insípidas de paisagens que é impossível serem-no, crianças mortas ou raptadas ou tribunalizadas, entrevistas standard, comentadores que deliram sobre tudo mas que a única coisa sobre a qual realmente falam é sobre eles próprios e, os meus mais que adorados porque me divertem a memória, faladores escritores e outros que depois de lerem dois artigos e meio no The Economist, Guardian, NYT ou até nos Els Pais e Mundo, ficam cheios de ideias e capacidades de tradução.

E eis que se descobre num Público que santa Maria Filomena Mónica, do alto da sua adorável arrogância, decide investigar o secretário de estado da educação. E, sem sequer (desta vez) falar de si própria, zurze tão bem zurzido o CV do senhor que fico cheio de vontade de começar a ler os CVs do srs. drs. que nos governam ou querem governar. A resumida investigação de Mónica e o personagem Valter Lemos, o dito sec. d' estado, até dão gosto e valem por uma caixa de Cerebrum. Sabendo nós como ela é dada a encontrar personagens queirozianos já estão a ver as conclusões da coisa: ele nunca fez "um discurso digno de nota", tratam-no por doutor no DR e ele não é, estranha-se que tenha ido parar à presidência de um politécnico sem ter um doutoramento, teve a mais limitada das vidas políticas e a académica enfim, escreveu um livro cheio de normas pseudocientíficas sobre métodos de avaliação escolares e que tem como epígrafe lírico Quem Mais Conhece Melhor Ama e, resume Mónica, o senhor «reúne o pior de três mundos». Sem ter graça nenhuma nem ela pretender tê-la, ri-me que nem um perdido com a crónica da divina marquesa. Experimentem lá, a ver se é de mim ou se a coisa tem mesmo graça: está aqui http://jornal.publico.clix.pt/ na coluna Opinião.

Não há mulheres feias...excepto uma ou duas Camillas


Sabemos que estamos perante uma mulher feia quando a sua representação em cera consegue ser melhor do que a realidade.

27.9.07

Menino Guerreiro.

O menino guerreiro teve finalmente uma atitude digna de registar na história deste país à beira mar plantado. Na noite de ontem abandonou uma entrevista à SIC Notícias onde dissertava sobre as eleições no PPD/PSD. A entrevista foi interrompida para um directo do aeroporto da portela onde chegava mourinho, o ex treinador de um clube londrino. Ao que parece, uma espécie de D. Sebastião. As eleições no maior partido da oposição são de menor importância perante a chegada ao aeroporto deste senhor e da respectiva família.



O menino guerreiro deixou a jornalista a falar sozinha e terá dito "Eu vim aqui com sacrifício pessoal, e sou interrompido por um treinador de futebol Acho que o país está doido. Não vou continuar a entrevista, acho que o país tem que aprender". O director de informação do canal, ricardo costa, disse ainda à TSF que ele fez "um número um bocadinho espectacular".



Apetece-me dizer QUE INFORMAÇÃO DE MERDA.

"Fados"


...de Carlos Saura. O filme mega-sucesso internacional que dizem que está a ser para nós o que "Buena Vista Social Club" foi para Cuba e que está a "colocar Portugal no mapa" passou ontem no São Jorge.

O Fado é a melhor coisa que Portugal trouxe ao mundo. Não seria se não tivesse havido Amália. Essa é a parte chocante do filme: quase não tem Amália. É verdade que o que tem é delicioso: Amália aparece a ensaiar um Fado com Alain Oulman que, ao piano, a vai ensinado como ele deve ser cantado. É o momento mais ternurento do filme. Ela, perdida, tonta, pergunta-lhe "ah mas é assim? então não paro neste verso, continuo?"; ele, derretido, acena com a cabeça e responde-lhe: "continua". Não há mais Amália no filme. Fica-se com a sensação de que não há mais porque se houvesse mais os outros fadistas ficavam esmagados. Mas é pena.

O filme tem outros momentos bons. Há uma cena em que Marceneiro surge a cantar, que tem um detalhe que passa despercebido: começa o fado com o cigarro a meio e, quando está quase no fim da canção alguém lhe chama a atenção que o cigarro lhe está quase a queimar os dedos. Ele não lhe liga nenhuma e continua com o cigarro na mão. Outro momento grande é Argentina Santos, que canta maravilhosamente, mesmo com placa, mas onde a certa altura da canção ela própria parece mostrar que não lhe saíu bem, fazendo uma expressão do género "não era nada disto". Mas era, nós achamos que era. Caetano Veloso canta "Estranha forma de vida" em falsetto. Eu gostei mas à saída do cinema ouvi o Rui Veloso dizer "O Caetano a cantar fado é pior que cuspir na sopa". Apeteceu-me chamá-lo e dizer-lhe: "Rui, tenho uma coisa para te dizer: tu a cantares és pior que o Caetano" e esperar que ele, pela transitividade, deduzisse o que eu queria realmente dizer. Também gostei de ouvir o Chico Buarque a cantar o seu "Fado Tropical" e do cadavérico Vicente da Câmara, que parece um personagem de George Romero. Mariza canta as coisas do costume (podia ter variado um bocadinho). A parte "fado-flamenco" e "fado-hip hop", assim como os bailarinos (inspirados no Amaramália), ingredientes que têm a ambição de colocar o fado num outro patamar de modernidade, eu pessoalmente não achei grande coisa, mas reconheço que sou muito fundamentalista. Para mim todas essas modernices só se salvam porque são trabalhadas pelo excelente director de fotografia Eduardo Serra, aquele português que já foi nomeado duas vezes para os Óscares (uma das quais por "Rapariga com brinco de pérola" e está tudo dito).

O filme vai ser tudo menos consensual mas quanto a mim deve ser visto por toda a gente que gosta de fado, nem que seja para dizer mal. Estreia a 4 de Outubro.

26.9.07

Já está!

Recortei a "trilogia" de artigos de Manuel Maria Carrilho que saíu no Diário de Notícias anteontem, ontem e hoje ("O PS precisa de se renovar a si próprio" - anteontem; "É vital que o Governo mantenha a capacidade de renovação" - ontem; e "Portugal precisa de uma nova República" - hoje). Comprei cola e cartolina, pendurei tudo na parede aqui à minha frente e daqui a bocado já vou começar a pensar.

No poupar é que está o ganho

Comprei hoje o no. 1 da Time Out Lisboa. Uma revista histérica (para nos tentar mostrar uma cidade interessante), desesperada para ser "cool" (um contrasenso, a meu ver) e com uma escrita tão "viva" e "jovem" que o segundo parágrafo de qualquer artigo já é irritante. Mais 2 euros que consigo poupar por semana. YES!

23.9.07

A criança e a Interactividade


A palavra de ordem é interactividade. O futuro é interactivo. As crianças nascem e de imediato lhes é dado a perceber que tudo é passível de ser apreendido, fruído, mexido, bebido, lambido, fodido etc... Numa semana em que a personagem principal é uma criança, o sinal de alarme inquita-se pela liberdade descontrolada destes humanos que nos atormentam cada vez mais em todos os lugares que ocupam. Antes era o porta-te bem, não faças isso, não se fala alto, não chores senão levas, etc... agora é exactamente o contrário. A criança parece ter voltado novamente ao estado de graça que já teve na Idade Média em que todos os aturavam menos os pais. Não fosse a taxa de natalidade estar abaixo da linha d`agua e perigar de nem se aproximar dela, defenderia medidas radicais imediatas. É certo que quem não tem filhos não está para aturar os dos outros, obviamente.

Porém as coisas parecem não caminhar bem. Vamos ao cinema, lá está a criança a perguntar ao pai qualquer coisa e a perturbar a audiência. No supermercado a berraria do costume, do compra-me um selvagem e os pais a desesperar sem saber que raio de porcaria é um selvagem. Vão a um WC público põem-se a olhar para o pénis dos adultos e começam com perguntas parvas. Vão ao museu, aquilo é tudo deles - jogam-se para cima das obras de arte, mexem em tudo, gritam, choram, enfim ... com um bocado de sorte temos o prato completo. Todos os anos a piscina que frequento encerra umas cinco ou seis vezes porque alguma criança vomitou na piscina. Que seca. No meu tempo havia sempre alguém que me fazia ver o meu tamanho. Trata-se de uma questão de respeito para com os outros. O facto de haver cada vez menos crianças não lhes dá o direito de poderem fazer o que lhes apetece. Até porque pode ser extremamente perigoso e eunão ando a pagar impostos para tratar crianças mal formadas e sem a noção das coisas.

Acho bem que existam cada vez mais espaços onde lhes é vedada a entrada. Tanto em hotéis como em museus, cinemas e em muitos outros espaços. No caso dos museus, imaginem obras de arte de valor incalculável à mercê de uma criancinha com a mania que é esperta e que aquilo é tudo dela (ok, a Amazónia do Julião Sarmento tem ar de parque infantil, mas mesmo assim há limites para tudo). A Laurinda Alves, tão protectora, podia abrir um local onde se ensina as criancinhas a respeitar o mundo que os rodeia. Desde os seres humanos, animais, vegetais a seres inanimados, porque até esses merecem respeito.

21.9.07

MADDIE O MUSICAL - Estreia já na próxima semana!



Rendemo-nos.
Durante vários meses tentámos evitar, no Sinal de Alarme, entrar na onda de extremo mau gosto que invadiu o país inteiro e o mundo, em relacao ao caso Maddie, a menina inglesa desaparecida da praia da Luz, no Algarve. Mas um homem nao é de ferro. Resistimos heroicamente durante todo este tempo, agora nao aguentamos mais.

É por isso que temos a honra de anunciar, neste dia em que o Sinal de Alarme comemora o seu primeiro aniversário, a estreia, já na próxima semana, de MADDIE - O MUSICAL, onde iremos contar em 6 Actos a história que apaixonou, apaixona e ainda irá apaixonar o mundo inteiro durante mais algumas décadas.

Tivémos já uma importante colaboracao dos nossos fiéis leitores para a escolha do elenco. Com base nela estamos já a fazer os convites. Em querendo, podem também dar a vossa colaboracäo para sugestöes de cancöes para integrar o musical. Basta que se lembrem dos principais factos que marcaram esta estória (exemplo: o que se terá passado no quarto do Ocean Club, no restaurante, o papel dos pais, do peluche "cuddle cat", do pedófilo da aldeia Robert Murat, a chegada dos jornalistas, a Sky News, a Sandra Felgueiras, o povo, os algarvios, os ingleses, a Igreja da Luz, a visita ao Papa, as organizacoes secretas, as polícias, o inspector Olegário, os governos, os cäes, os testes de ADN, etc.) e sugiram cancões representativas para cada um desses momentos.

Para vos abrir o apetite deixamo-vos já com uma das cancöes que vão fazer furor em MADDIE - O MUSICAL.
Senhoras e Senhores, no papel principal de Maddie em MADDIE O MUSICAL, Luís Marques Mendes canta-vos "Adeus Maezinha eu Vou Partir" (clap! clap! clap! clap!):







17.9.07

Publicidade

O tema do nosso quiz semanal em http://alarmequizzes.blogspot.com/ é Publicidade.
Prontos para recordar velhas glórias?
Cá vamos nós.

16.9.07

MADDIE O MUSICAL - Em pré-producão


Antecipando-se a Filipe La Féria e a Andrew Lloyd Webber, o Sinal de Alarme anuncia a pré-produçao de "Maddie - o Musical". Mais detalhes serao divulgados ainda esta semana. Esteja atento!

13.9.07

SOCOLARI 1 - SÉRVIO GRANDE 0

Até que enfim!! A minha alma rejubila de orgulho nacional! O futebol está salvo! O jeitinho brasileiro chegou para arrasar! Só ainda não percebi se a manobra veio do boxe ou da capoeira, mas que foi com estilo e sabedoria, lá isso foi. E, cá por mim, este socolari só foi possível com a ajuda de Nossa Senhora. Se no Mundial, Zidane foi brilhante, Socolari agora foi um deus.

E, claro, não resisto a apresentar em detalhe este momento de arte. Camaradas, amanhã vamos todos pôr as luvas de boxe à janela?



E bumbameuboi, sérvio ao chão! Toma que já almoçaste! Agora, a grande questão: que disse o sérvio ao socolari?

12.9.07

Tremoços

Aqueles desgraçados na Indonésia já não podem beber uma cervejinha nem comer uns tremoços descansados sem temerem que lhes apareça a qualquer momento um terramoto a entornar tudo.

Crime always shines on TV



Alguns factos aleatórios:

1. A percentagem de assassinatos que ocorrem numa série de televisão (tipo CSI e variantes) é mil vezes superior à que existe na realidade.
2. Na televisão os crimes são todos resolvidos e os culpados levados à justiça. Na vida real a maioria dos crimes nunca chega a ser resolvido. 80% dos assassinatos é resolvido, mas menos de 20% dos ladrões é apanhado. A possibilidade de alguém que cometeu um crime ir parar à prisão é aproximadamente de 1 para 100.
3. Apesar de os raptos de crianças ganharem cada vez mais espaço nos tempos informativos, representam menos de um 1% no índice de criminalidade violenta.
4. Na última década o crime violento tem descido continuamente, nalguns casos mais de 10%. No entanto, a cobertura jornalística deste tipo de crimes subiu 240%.
5. O número de homícidios desceu continuamente nos últimos anos. A cobertura jornalística dos homicídios aumentou cerca de 330%.
6. Nas séries tipo "fast-crime", os laboratórios são todos ultramodernos, há sempre um dos investigadores que percebe de todas as áreas e os resultados podem ser obtidos em cinco minutos. Na vida real, a larga maioria dos melhores laboratórios forenses tem instalações exíguas, luta constantemente com falta de meios financeiros, os resultados chegam a demorar meses e, claro, não têm nenhum super-cientista que percebe de tudo.
7. Em ficção, os investigadores conseguem sempre descobrir e manter as provas intactas, tal como lhes é bastante fácil contornar a lei de forma a poderem obter resultados. Na vida real, a recolha e validação da prova é bastante mais complexa e difícil, podendo mesmo uma prova não ser utilizada por a sua obtenção não ter seguido métodos previstos na lei.
8. Mais de 50% das pessoas acha que existem demasiada violência na televisão. Uma percentagem ainda maior acredita que a televisão é um espelho da realidade.
9. Cerca de 60% das pessoas acha que os noticiários dão demasiada atenção a histórias relacionadas com crimes.
10. Cerca de 70% dos consumidores de informação sobre crimes tem menos de 30 anos.
11. Cerca de 60% dos crimes contra mulheres e crianças têm origem no meio familiar. Estes crimes representam apenas cerca de 25% das notícias sobre crimes em que as mulheres e as crianças são vítimas.
12. Cerca de 80% das notícias sobre homícidios, o crime é cometido por um estranho à vítima. No entanto, os homicídios cometidos por estranhos representam menos de 20% do total. Ou seja, dá-se menos relevância jornalística aos crimes cometidos por alguém com uma relação de parentesco ou afectiva com a vítima apesar destes serem a esmagadora maioria.
13. Em Janeiro de 2007 foi feito um inquérito em 2005 sobre crime e segurança envolvendo os 15 membros mais antigos da União Europeia, Polónia, Hungria e Estónia. Foram inquiridos mais de 41.000 europeus. Os resultados não podem, porém, ser comparados com os dados fornecidos pelas polícias. Ainda assim, uma das principais conclusões foi de que os índices de criminalidade tinham descido nos últimos dez anos.
14. O mesmo estudo aponta o Reino Unido, a Irlanda, a Dinamarca e a Holanda como os "hotspots" da criminalidade na Europa. Grande parte dessa criminalidade é associada ao consumo excessivo de álcool.
15. 30% dos cidadãos respondeu nesse inquérito que não se sente seguro nas ruas. Portugal é o quarto país que mais se sente inseguro nas ruas depois do anoitecer (Grécia, Luxemburgo e Itália estão no topo).
16. Dos "hotspots" europeus, a Irlanda lidera nos crimes sexuais e assaltos e a Holanda nos crimes motivados por ódio racial.
17. Os 3 países do Benelux estão entre os seis primeiros com maior número de crimes por ódio.
18. O Reino Unido tem uma das mais altas taxas de roubo e atentado à propriedade privada sendo também o país com maior número de alarmes per capita.
19. Apesar das elevadas taxas de criminalidade, tanto a Dinamarca como a Irlanda colocam as suas polícias no topo da eficiência, juntamente com a Finlândia, Áustria e Reino Unido. Portugal aparece a meio da tabela no índice de confiança da polícia, acima da Suécia, França e Espanha.
20. Um grande número dos europeus, entre 30% e 60%, não apresentou, no entanto, qualquer queixa na polícia quando foi vítima de roubo.
21. Este ano, a Unicef lançou um relatório sobre o bem-estar infantil nos 21 países ricos. Foram avaliados 40 indicadores, referentes a um período entre 2000 e 2003. Do pior para o melhor, o ranking é este: Reino Unido, Estados Unidos, Hungria, Áustria, Portugal, França, República Checa, Polónia, Grécia, Canadá, Alemanha, Bélgica, Irlanda, Itália, Noruega, Suiça, Espanha, Finlândia, Dinamarca, Suécia e Holanda.

Esta lista foi compilada em várias informações disponíveis na rede. Os dados referem-se, na maioria, à Europa e América do Norte. Valem o que valem, mas não deixam de ser curiosos.

10.9.07

Espiral de Violência no Reino Unido!!??

Imaginem os meus amigos que dizem alguns jornais que o Reino Unido entrou numa espiral de violência. Que as noites se transformam em cenas apocalípticas, ricas em actos de vandalismo puro e gratuito, embriaguez e caos. Dizem os jornalistas que escrevem estas coisas que há pessoas a invadir os espaços verdes e as estações de comboio transformando-os em pocilgas e aterrorizam os cidadãos que se sentem cada vez mais ameaçados, indefesos e desprotegidos pelas autoridades que eles pagam para os proteger e na verdade limitam-se apenas a assistir a tudo o que acontece debaixo dos seus narizes. Que horror. Como é possível pensar tal coisa de tal país.

O crime.
No dia 23 de Agosto um atirador abriu fogo indiscriminadamente sobre pessoas que se encontravam numa estação de comboios em Latchworth, próximo de Londres. Parece que ficaram gravemente feridas muitas pessoas depois das balas lhe terem acertado. Coitadas das balas.
No dia anterior um rapaz de 11 anos, de nome Rhys Jones, foi morto a tiro em Liverpool quando jogava futebol num parque de estacionamento de um bar por um outro jovem que andava de bicicleta e que aparentemente dicidiu dar-lhe um tirinho. Era apenas para brincar um pouco com ele mas o rapazito não se aguentou à bomboca e acabou por esticar o pernil ali mesmo.
Ainda na mesma semana um outro jovem foi levado ao hospital de Newcastle depois de ser apunhalado cinco vezes em várias partes do corpo. Ainda não se sabe se vive ou se vai para o além.

Até ao dia 10 de Setembro de 2007, 8 crianças foram mortas a tiro nos Reino Unido (5 em Londres, uma em Manchester e uma em Liverpool). Uma tinha 11 anos de idade, outra 12, duas 15 anos, duas 16, uma 17 e uma 18.

A polícia diz que o crime no Reino Unido está a diminuir apesar de em 2005/2006 as estatísticas revelarem que houve 49 homicídios relacionados com armas de fogo, enquanto em 2006/7 houve 61. Apenas mais 12 pessoas que morreram. Portanto nada de especial. Isto é como a economia. Os números têm que subir.

No que se refere às armas brancas também está tudo controlado. O Centro para Crime e Estudos de Justiça da Faculdade do King’s College, em Londres, calculou que em 2004 até 57.900 jovens poderiam ter sido vítimas de crime de armas brancas. Até este momento, foram apunhalados mais 12 jovens até à morte só em Londres e as estatísticas revelam que há quatro vezes mais ataques fatais com facas do que mortes provocadas por tiroteios.

O Ministério do Interior britânico revelou um estudo recente em que afirma que a possibilidade de na Inglaterra e no país de Gales um cidadão ser vítima de crime desceu 2% relativamente aos anos anteriores. Outros estudos afirmam que 1/4 da população está sujeita a ser alvo de um crime, sobretudo aqueles que vivem nas grandes cidades. A polícia acredita que uma grande parte dos crimes não são denunciados. Não sei o que os levará a pensar tal coisa.

Portanto como se pode ver tudo corre bem nestas majestosas ilhas à beira do nosso continente plantadas. Felizmente que eles vêm passar férias a Portugal para agitar as águas e matar uma pessoa ou duas. Na verdade os Brit. têm uma coisa boa. Não são egoistas. Eles já têm os crimes de todos os tipos, os criminosos super famosos, misteriosos e ricos, cenas de espiões e nós pouco ou nada tinhamos. Mas agora temos algo com direito a primeira página. Imagine-se. Casal britânico, suspeito de ter assassinado a filha mais velha e de ter feito desaparecer o corpo, assessorado pelo PM britânico e defendido pelo famoso advogado Michael Caplan, o tal que evitou a extradição do ditador augusto pinochet. Isto não é uma delícia. Já agora podiam mandar a Miss Marple ou o Poirrot para investigar este intrigante crime que está a projectar mais o país do que o futebol e o vinho do Porto.

O terrorismo pode assumir várias formas e esta farsa será certamente uma delas. Simultaneamente uma das farsas mais hilariantes a que o mundo assistiu nos últimos anos. Com direito à participação da fina flor da política, do papa e do mundo do futebol. Isto ainda vai correr muito mal para alguém.

Médium, precisa-se.

Para ajudar neste caso. Contactar a família.

8.9.07

Tiny Masters Of Today - Radio Riot

Ele tem 13 anos e ela 11. Ele toca guitarra e la canta. Fazem parte da nova vaga de músicos a quem lhes é vedada a entrada no mundo dos maiores de 18 anos. No myspace todos têm página onde mostram os seus trabalhos. Sofrem influências de todos os lados, não há um fio condutor. Até porque desconhecem na esmagadora maioria dos casos a história do rock. Apenas a música e a diversão conta. Rock n`roll, net e trabalhos de casa. Sim, porque todos eles estudam e não descuidam essa parte importantissima da sua educação. O fenómeno é tal que nomes como David Bowie, entre muitos outros, recomendam a editoras os seus trabalhos. Às editoras dizem-lhes apenas "não temos paciência para vos aturar". "Se querem assim querem, se não querem não há outra maneira".

Com agendas de concertos que já passam por Portugal (os tinymasters actuam em Gouveia num evento para adolescentes). Crescem claramente a olhos vistos. Aliás esta é outra parte interessante. Só entram nos seus concertos menores de 18 anos. Isso mesmo. Todos têm que mostrar o BI à entrada. Todos mesmo e não há borlas. Será vingança? Nem para pessoas ou bandas conhecidas. Se forem acompanhados pelos pais (nos festivais para adultos é costume haver espaços para deixar os filhos) haverá espaços para deixar os pais.

Ivan e Ada viviam perto das torres gémeas no trágico dia 11 de Setembro. A primeira música escrita por Ada mostra o seu descontentamento com o seu presidente. Deu-lhe o nome de "Bushy" e também é uma maravilha.

Aqui fica o hit do momento. Radio Riot

E esta não é a melhor surpresa desta nova vaga.

7.9.07

Labregoland

Acabei de ver o "Opinião Pública" na SIC Notícias. É o programa mais democrático da televisão e um espelho da nossa sociedade miserável e ignorante. Um "reality-show" em que qualquer cretino pode ter os seus 5 minutos de fama e dizer as maiores bujardas sobre qualquer tema, com a convicção de quem tem opinião sobre tudo e essa opinião é inquestionável porque não é uma opinião, é uma certeza.

O tema era os McCann. As opiniões não divergiam muito: todos deram largas aos seus complexos de inferioridade em relação aos ingleses e mostraram-se indignados por estes terem criticado a nossa polícia (que um disse ser "a melhor do mundo"). Na mesma onda, outros diziam que os portugueses nunca deixariam os filhos sozinhos: quase todos se mostraram indignados com o casal McCann, que mesmo que não tenha assassinado a filha, é culpado na mesma porque a deixou sozinha. Um dizia que aquilo de eles andarem de mão dada é "uma farsa". Outro, da Marinha Grande, disse que logo no início foi pessoalmente à PJ de Coimbra para lhes dizer que se via logo pela CARA de Kate McCann que ela era culpada. Outros concordaram que era impossível uma mãe que perdeu a filha não chorar se não fosse culpada. Se fosse inocente já a tínhamos visto chorar! Houve quem lembrasse que Kate uma vez andou agarrada ao peluche, mas assim que deu de costas atirou o peluche fora. Se isso não é uma prova, o que é uma prova? Também houve quem reparasse que nunca vimos a Madie com o peluche, só vimos a mãe! Um disse que eles contactaram o embaixador britânico antes de chamarem a polícia portuguesa (mentira) porque ele é amigo do primeiro-ministro britânico e estava a tentar dar a volta ao assunto através de influências políticas. Também havia quem tivesse a certeza que o laboratório estava envolvido na tramóia (tráfico de influências) porque não é normal demorarem tanto tempo a dar os resultados. Os mais púdicos diziam que "não fazem julgamentos na praça pública, MAS QUE". Houve quem não os perdoasse terem envolvido o papa nisto. Houve, por fim, quem não os perdoasse porque "o melhor do mundo são as crianças".

Foi a imprensa que deu esta volta à opinião pública. Assim que passaram os cem dias da "Maddie desaparecida", começaram a preparar a versão "Maddie assassinada", para manter as audiências. Culpar o casal é a forma mais fácil de alimentar a curiosidade de um povo ignorante e estúpido, sem escrúpulos de formar opinião sobre assuntos que não conhece, pelo menos não o suficiente para ter legitimidade para formar opinião.

Pergunto-me se serei diferente deles. Afinal estou aqui a dar a minha opinião. Mas dou uma garantia: eu não estou aqui a dizer se eles são culpados ou inocentes, porque não faço julgamentos públicos. Faço julgamentos DOS PÚBLICOS. E, se pudesse, condenava-os a todos. No mínimo, condenava-os a perderem o direito de voto. Não são cidadãos dignos desse nome, são inimputáveis. São merda. Abaixo a democracia!

O que aconteceu a Maddie?


Kate McCann foi hoje vaiada à chegada às instalações da PJ de Portimão, às 11 horas, por centenas de populares que se acotovelavam no local desde as 7 da manhã, provavelmente os mesmos que íam com ela à missa. Até o Vaticano já retirou do seu site todas as referências ao casal. Aquela sonsa que se cuide, que já não engana ninguém. Se a apanham a jeito é linchada. Acreditamos que se a Maddie aparecesse até ela era corrida à pedrada.

Sabemos que há um Poirot ou uma Miss Marple dentro de si. Fazemos-lhe aqui um repto: conte-nos a sua teoria e ajude assim o Sinal de Alarme (e a PJ) a descobrir o que aconteceu à pequena Maddie naquela noite de 3 de Maio.

3.9.07

Quiz: A morte fica-vos tão bem


Depois de umas merecidas férias, voltamos aos quizzes, com o tema "A morte fica-vos tão bem". É no Alarme Quizzes.