1.3.07
Ódios de estimação
Ter ódios de estimação é altamente estimulante. Normalmente, a escolha escapa à vulgaridade lógica e é bastante saudável que assim seja. Os ódios de estimação tem ainda o atractivo de poderem não ser constantes. Quando já parecemos cansados de afirmar um determinado ódio, aparece sempre algo ou alguém saído do nada que se revela merecedor do nosso mais profundo rancor. E não há nada mais irritante do que aquelas pessoas que gostam de toda a gente, que acham tudo maravilhoso e que acham o ódio um sentimento desprezível. É gente odiosa...
Neste momento, e desde há já algum tempo, a minha escolha para ódio de estimação recaiu em
Maria João Avillez
Tudo neste ser me desperta um profundo asco: o penteado, com os ripados e abas aerodinâmicas, as banalidades que escreve, a voz, o pretensiosismo com que entrevista, o sorriso de plástico, o provincianismo... quase poderia apostar que ela anda de jipe na cidade.
O programa de entrevistas que tinha na SIC era um dos meus momentos mais esperados da semana. Era impossível resistir: os sôdoutor, a falsa acutilância de quem estudou muito um assunto mas parece não ter percebido nada, os elogios aos entrevistados, os auto-elogios dissimulados, a contínua sensação de que prestava mais atenção ao que ela própria dizia do que ao que dizia o entrevistado, as historietas cujo objectivo era dar a entender que tinha livre acesso aos círculos do poder e que era íntima de pelo menos metade dos poderosos do planeta... tudo isto a torna um ser desprezível.
Sobram agora as croniquecas na Sábado. Mas falta a imagem para o ódio ser mais realizado. Na semana passada, dizia algures que estava a ler Herberto Hélder (que era o máximo) e fica-se com a sensação de que não lê mas vê os bonecos, que é mais uma afirmação de que para além de ser uma jornalista conceituada, gira, fresca, muito bem relacionada, também é culta e esperta. E é difícil acreditar nisto e em tudo o resto. Eu não faço qualquer esforço, assumo.
E depois houve aquele incidente do texto publicado num anúncio do Banco Privado, que o advogado Júdice diz não ser bem publicidade, que ela classificou com uma enorme chatice...
Para perceberem melhor do que falo, fica um excerto da última crónica na sábado: "Andar a pé, mergulhar na manhã, sorver o anúncio da Primavera, comprar frésias, pô-las numa jarra e trabalhar diante dela. Festejar a vida, numa palavra." Que nojo!
Se um dia encontrasse MJA postrada no meio de uma estrada, após ter sido atropelada, acho que a única coisa que me ocorreria dizer seria: "Que aborrecimento, o penteado abateu todo! Acho que é melhor ligar ao seu cabeleireiro." Se calhar o meu ódio até nem é assim tão intenso...
Teria muito mais para dizer, mas já me considero satisfeito. Por agora. A sensação é óptima. Experimentem.
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9 comentários:
Adorei. Apesar do meu ódio não ser de estimação, também tenho um pequeno/grande (conforme os dias) problema com esta mulher. Muitas vezes dou comigo a pensar porque será que continuam a dar tempo de antena a esta mulher?
Os meus ódos de estimação são mesmo o valentim, o pinto e o jardim. Simplesmente não os suporto. O pior é que não os posso ignorar de todo.
Tb não está no meu top ten. É claro que no meu top ten só estou em e mais uma ou duas pessoas, mas pronto...a coisa do jipe na cidade fez-me lembrar alguém conhecido...mas como o jipe é pequenino não conta. lol
pois é any, curiosamente também me lembrei dessa pessoa...
...o que só prova que é verdadeiro o adágio popular de que o ódio está perto do amor e que o oposto do amor não é o ódio mas a indiferença.
donde se demonstra, pela teoria do jipe,
razorblade LOVES maria joão avillez.
P.S. o que são frésias?
jipes, para mim, são aqueles monstros que ocupam pelo menos dois lugares de estacionamento e que servem para simular que se tem uma enorme quinta. por isso não estaremos a falar do mesmo. o meu ódio pela MJA é profundo e não tem sequer uma pontinha de atracção. frésias são umas ervas com flores brancas, tipo ramo de noiva. fica bem ao cromo, portanto.
Gostava de me tornar ecoterrorista e por bombas nesses jipes gigantescos que ocupam 2 lugares num lado e impedem que alguém estacione do outro lado porque não há espaço de manobra.
Em relação à MJA, o corte do lamina foi fundo, nunca mais vou conseguir olhar para ela da mesma maneira...
agora compreendem-me quando eu disse que o lâmina é que devia ter escrito sobre a festa da saia.
oh, mas sa sôdotora é uma querida, um doce, um amor, uma alegria para ter em qualquer sala, uma senhora com que dá gosto bater o papo, um abanico de livros alheios, um papinho de anjo, uma Deusa Gobshite!
FORA com a MJA.
FORA com os jipes que ocupam dois lugares.
FORA com o carmona da cml.
VIVA a festa da SAIA.
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